As narrativas da Paixão de Jesus frequentemente são interpretadas como demonstrações de sua passividade diante dos inimigos. Ele é visto como o cordeiro pascal sacrificado para redimir a humanidade. Essa interpretação encontra apoio na tradição do servo sofredor de Isaías, conectando os sofrimentos de Cristo à profecia. Jesus, conforme os Evangelhos, encarna a figura sofredora prevista por Isaías.
Uma Liderança Além da Passividade
Contudo, essa interpretação, embora razoável, não captura completamente a complexidade das narrativas da Paixão. A liderança de Jesus vai além da simples aceitação resignada diante do mal. Diante dessa abordagem, surge uma pergunta crucial: Jesus é meramente vítima passiva da violência das autoridades de sua época?
Liderança Apaixonada e a Construção de uma Comunidade Forte
Analisando o efeito da liderança de Jesus, percebemos que, como líder histórico, ele conseguiu formar uma comunidade disposta a sacrificar-se pelo bem comum. A passividade não teria gerado tal engajamento. A liderança eficaz requer paixão, inspiração e confiança, elementos ausentes na passividade.
A Paixão de Jesus Expressa em Palavras e Ações
A paixão de Jesus, seu desejo fervoroso, é evidente em suas palavras e ações. Seu ensinamento sobre amar a Deus com todo o coração demonstra a necessidade de um compromisso total. A paixão interior de Jesus é clara quando expressa: “Eu vim para incendiar a terra.” Essa chama interior é compartilhada com seus seguidores, como evidenciado na emoção ardente dos discípulos no caminho de Emaús.
Provocações e Riscos: A Paixão de Jesus na Prática
Ao longo de seu ministério, Jesus constantemente desafia as autoridades e assume riscos para cumprir sua missão. Suas ações controversas provocam reações intensas, mostrando como a paixão dele incita fervor tanto entre seguidores quanto adversários.
O Julgamento e a Cruz: Manifestações Extremas de Paixão
O julgamento perante o Sinédrio e a crucificação destacam a determinação de Jesus em cumprir sua missão. Sua resposta à pergunta crucial sobre ser o Cristo é um confronto apaixonado com o mal, não uma resignação passiva. Na cruz, sua escolha de não apelar à sua divindade, mas morrer humildemente, é um testemunho da paixão que o impulsiona.
Conclusão: Uma Liderança Apaixonada Além da Passividade
Concluímos que a interpretação tradicional das narrativas da Paixão, embora válida em muitos aspectos, não abrange totalmente a natureza apaixonada da liderança de Jesus. Sua paixão vai além da simples aceitação passiva e é evidente em suas palavras, ações e escolhas. A liderança de Jesus é um modelo de paixão que inspira seguidores devotos e desafia adversários, culminando na redenção da humanidade por meio de seu sacrifício apaixonado.
Fonte: Passion and Paradox:The Leadership Genius of Jesus Christ. By Captain Joseph J. McInerney, USN, PhD. Knights of Columbus. Acesse aqui.
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