Abraçando as Emoções Negativas: Lições dos Santos e da Ciência
Emoções Negativas: Uma Parte Vital da Vida
Ao analisarmos a vida dos santos e os dados científicos disponíveis, fica claro que emoções como tristeza, medo e raiva são componentes essenciais de uma vida plena. As emoções negativas são uma parte normal e saudável de nossas vidas. Não são algo que devemos sufocar; não são algo de que devemos fugir; mas sim algo que devemos usar – para nos tornarmos melhores católicos e melhores pessoas.
Como Incorporar as Emoções Negativas de Maneira Construtiva
Mas como fazer isso? Estas são três mentalidades práticas que devemos tentar adotar.
Número 1: Pense como um Atleta
Alguns de vocês podem se lembrar da lenda do fitness Jack LaLanne. Ele foi um dos padrinhos do movimento moderno de fitness. Faleceu em 2011, aos 96 anos – ativo e em forma até o fim. Você pensaria que atletas de alto desempenho como Jack LaLanne devem adorar se exercitar. Eles devem amar o processo árduo em si. Mas nem sempre é assim. Este famoso porta-voz do fitness na verdade disse: “Eu odeio exercício”.
Não é refrescante ouvir isso? Coisas difíceis que valem a pena nem sempre se tornam divertidas ou fáceis de suportar. Às vezes é simplesmente – sem dor, sem ganho. E se tentássemos encarar o medo ou a decepção da mesma maneira? Evitar qualquer vestígio desses sentimentos seria como evitar a academia porque o exercício pode ser desagradável. Ambos seriam receitas para fraqueza e má saúde.
Número 2: Pense como um Monge
Tomás de Kempis foi um monge germano-holandês, nascido lá pelos fins de 1300. Seu trabalho incluía copiar toda a Bíblia à mão, várias vezes – uma tarefa monástica fundamental antes do advento da prensa móvel. Ele também foi encarregado de ajudar a formar espiritualmente os monges novatos. Assim como Santo Inácio de Loyola, ele era especialista em dar conselhos. E uma de suas obras, “A Imitação de Cristo”, escrita por volta de meados de 1400, tem sido apreciada como leitura espiritual por religiosos e leigos há séculos.
Eis o que ele tem a dizer sobre emoções negativas: “A cruz… está sempre pronta; ela espera por você em todo lugar… mas quando [um homem] a carrega de boa vontade, todo sofrimento é transformado em esperança de consolo de Deus… você deveria desejar mais sofrer por Cristo do que desfrutar de muitos consolos.”
Isso é hardcore. E lembre-se, a tradição Ignaciana diz que a desolação é algo a ser superado, não a ser remoída. Mas se você já se preocupou em ficar mole e precisa de um puxão de orelha, Tomás de Kempis vai te consertar rapidinho.
Número 3: Pense como um Idoso
Os psicólogos descobriram algo interessante sobre emoções negativas em pessoas mais velhas. Eles descobriram que, embora os idosos tenham emoções negativas assim como o resto de nós, eles tendem a sofrer menos com elas.
Uma razão é que os mais velhos aprenderam uma lição importante: enquanto eventos negativos são inevitáveis, os sentimentos negativos geralmente são passageiros. Eles sabem que os sentimentos ruins vão passar, então eles simplesmente seguem em frente e se concentram em se sentir melhor, deixando os sentimentos ruins irem embora.
Você também pode fazer isso. Não responda a eventos negativos tentando amortecer seus sentidos emocionais. Deixe os sentimentos ruins surgirem, observe-os, ore sobre eles, veja se há lições práticas a aprender e, em seguida, simplesmente deixe-os passar.
Mais uma coisa a considerar. Talvez não sejamos muitos de nós piedosos o suficiente para dizer que buscamos sacrifício e desconforto proativamente, para oferecê-los ao Senhor e compartilhar uma pequena parte da cruz de Cristo. A maioria de nós evita o desconforto e a infelicidade. Devemos reconsiderar isso. Muitos dos grandes movimentos espirituais na Igreja incentivaram a busca por pequenos sacrifícios no cotidiano.
Mas quer nós busquemos desafios, quer as emoções negativas nos encontrem, não devemos fugir ou ressentir. A Igreja diz que elas podem nos ajudar a nos tornarmos santos. A ciência diz que podem nos tornar pessoas mais eficazes, com mais significado em nossas vidas.
Então, tente pensar como um atleta, como um monge e como um idoso. E lembre-se: “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.”
Fonte: Arthur Brooks. The Art of Happiness: Three Equations for Happier Catholics. Word On Fire Institute.