Abraçando as Emoções Negativas: Um Convite à Reflexão
Um Novo Paradigma Cultural
No ano do famoso festival hippie Woodstock em 1969, se tornou famoso o slogan: “Se faz você se sentir bem, faça”. Acredito que uma estranha prima daquela filosofia está sendo fermentada em nossa cultura hoje em dia. Não é o relaxamento despreocupado e a busca pelo prazer dos anos 1960. Hoje, as pessoas estão notavelmente tensas e ansiosas. No entanto, existem interesses poderosos no mundo dos negócios e na sociedade trabalhando arduamente para nos convencer de que a solução para qualquer sentimento negativo é afastá-lo e encontrar alívio de qualquer forma possível.
É a mesma lógica de Woodstock, apenas enquadrada de forma inversa. Em vez de “Se faz você se sentir bem, faça”, a nova premissa é “Se faz você se sentir mal, faça parar”. As emoções negativas devem ser evitadas. Mas isso acaba sendo um grande erro. Paradoxalmente, perseguir desesperadamente a aflição a curto prazo é uma estratégia terrível para alcançar felicidade e significado de longo prazo na vida.
Lições da Fé e da Ciência
Alguns dos maiores santos e sábios professores da história da Igreja deixam isso claro. E a melhor ciência social moderna o confirma. Vamos ser claros desde o início: não estou falando de questões médicas como depressão clínica, ansiedade ou trauma. Estou falando das adversidades, tristezas e períodos de seca que são uma parte normal e inevitável da vida humana.
O termo de ciência social para a infelicidade básica é “afeto negativo”. Não há como evitar o afeto negativo neste lado do Paraíso. A única questão é o que fazemos com isso. A cultura moderna nos diz para afastá-lo o mais rápido possível. Tanto a nossa fé quanto a melhor ciência dizem algo diferente.
A Aceitação do Sofrimento na Fé Católica
A noção de que o Catolicismo tem muito a dizer sobre o sofrimento seria um eufemismo do milênio. O Cristianismo é literalmente construído sobre o sofrimento: a Paixão que nosso Senhor assumiu para derrotar a morte e redimir a humanidade de dentro para fora.
Nosso Deus todo-poderoso escolheu aceitar e suportar insultos e tormentos que não merecia. Ele não afastou a negatividade, Ele a abraçou como ninguém na história humana.
Enfrentando as Emoções Negativas de Frente
Este não é um convite para nos afogarmos na tristeza apenas por si mesma. Ao contrário, devemos tentar servir aos outros escolhendo a alegria. Mas sabemos que Deus fala através das tristezas e lágrimas, não apenas do contentamento. Os sentimentos ruins não devem ser apenas ignorados ou afastados. Eles devem ser contemplados, examinados e usados como matéria-prima para a oração.
Conclusão: Abraçando a Plenitude da Vida
Em resumo, não são apenas as vidas dos santos que nos dizem que uma vida plena envolve emoções como tristeza, medo e raiva. Os dados científicos confirmam a mesma coisa.
Agora temos todos os fatos na mesa. Espero ter convencido você de que as emoções negativas são uma parte normal e saudável de nossas vidas. Não algo que devemos sufocar; não algo que devemos evitar; mas algo que devemos usar – para nos tornarmos melhores católicos e melhores pessoas.
Fonte: Arthur Brooks. The Art of Happiness: Three Equations for Happier Catholics. Word On Fire Institute.