Ser pai é uma jornada repleta de desafios e alegrias. Hoje, gostaria de abordar três pontos fundamentais sobre a paternidade. Primeiramente, identificaremos a crise que enfrenta a paternidade em nossa cultura. Em seguida, exploraremos uma abordagem que pode ajudar a amenizar essa crise, ancorando-a na paternidade divina. Por fim, traçaremos conclusões e um plano de ação para nos tornarmos melhores pais, filhos, irmãos e maridos. Vamos começar examinando a crise que afeta a paternidade, evidenciada pela representação na mídia.
A Crise da Paternidade na Mídia
Há alguns anos, o colunista do New York Times, John Tierney, escreveu um artigo intitulado “O Pai Desajeitado”, no qual rastreou um trope comum na cultura popular: o pai desajeitado e incompetente. Séries como Jimmy Neutron, Os Sopranos, Malcolm in the Middle e Todo Mundo Odeia o Chris, frequentemente retratam os pais como distraídos, problemáticos e desequilibrados. Uma pesquisa da National Fatherhood Iniciative (Iniciativa Nacional para a Paternidade, nos Estados Unidos) revelou que os pais na televisão norte-americana têm oito vezes mais probabilidade de serem retratados negativamente do que as mães.
Pensemos na série animada “O Incrível Mundo de Gumball”, onde o pai é descrito como um “coelho rosa gigante” que passa a maior parte do tempo em casa assistindo TV e jogando videogame, sem demonstrar qualquer responsabilidade ou inteligência. Esse estereótipo, presente em filmes, programas de TV, comerciais e músicas, prejudica a imagem dos pais. Comparado com os fortes e exemplares pais de séries como “Leave It to Beaver” ou “The Andy Griffith Show”, é fácil perceber como a figura paterna se deteriorou na cultura popular.
O Reflexo da Rejeição da Autoridade
Para compreendermos essa crise, precisamos identificar a fonte dessa compreensão minimalista da paternidade. Não é uma rejeição direta da paternidade em si, mas sim um reflexo de uma rejeição mais ampla à autoridade que tem ocorrido nas últimas cinco décadas. Como figura de autoridade, os pais têm sido alvo de ataques em uma cultura que, em parte, celebra o ego autônomo.
Essa rejeição da autoridade se manifesta também em questões relacionadas à tecnologia, como as formas agressivas de tecnologia reprodutiva, a exemplo da fertilização in vitro, clonagem e maternidade substituta. Além disso, as leis de aborto norte-americanas, nas quais os pais não têm voz na vida pré-natal do filho que ajudaram a conceber, têm sido uma das forças mais poderosas separando o homem de sua paternidade.
Restaurando a Paternidade
Para superar essa crise, é crucial restaurar a paternidade em nossa cultura. Devemos rejeitar estereótipos negativos e valorizar a importância do papel do pai na vida de seus filhos. O papel do pai não deve ser minimizado, mas sim reconhecido como fundamental para o desenvolvimento saudável de uma criança.
Conclusão: Um Chamado à Transformação
Como pais, devemos nos esforçar para sermos melhores, não apenas para nossos filhos, mas também para nós mesmos. Precisamos desafiar os estereótipos prejudiciais e demonstrar que os pais são capazes, responsáveis e essenciais na formação de nossos filhos. Isso não é apenas um chamado à transformação da paternidade, mas também uma busca para nos tornarmos melhores filhos, irmãos e maridos.
Em um mundo onde a figura do pai muitas vezes é menosprezada, podemos ser agentes de mudança, mostrando que a paternidade é um dom valioso e uma responsabilidade nobre. À medida que nos comprometemos em ser melhores pais, podemos moldar um futuro mais brilhante para nossos filhos e para a sociedade como um todo. Juntos, podemos enfrentar a crise da paternidade e criar um ambiente onde os pais sejam verdadeiramente valorizados e respeitados.
Fonte: The Gift of Fatherhood: What Every Man Should Know, by Father Carter H. Griffin. Knights of Colombus
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