Encontrando Alegria Através do Sacrifício: Uma Abordagem Católica para a Felicidade
O tema da nossa reflexão de hoje, o sacrifício, pode parecer batido para nós católicos, mas revolucionário para o mundo secular. Nós entendemos o sacrifício – ele está entrelaçado na própria essência da nossa fé. Do sacrifício final de Cristo na cruz à oferta diária da missa, o sacrifício ocupa um lugar central em nossas vidas. Até mesmo nossas tradições da Quaresma ressoam além dos muros da Igreja.
Mas hoje, não estamos falando de grandes gestos. Estamos explorando os sacrifícios diários que cada um de nós pode fazer e como, surpreendentemente, eles podem levar a uma maior felicidade, bem aqui e agora. Durante séculos, santos e guias espirituais fizeram uma afirmação aparentemente paradoxal: o sacrifício não é apenas um caminho para a salvação, mas também uma chave para a felicidade nesta vida. Pegue São Josemaria Escrivá, por exemplo. Em suas meditações sobre a Via Sacra, ele nos exorta não apenas a tolerar o sacrifício, mas a “amar o sacrifício”, pois ele é uma “fonte de vida interior”.
Vamos nos aprofundar nesse conceito. Primeiro, veremos como a ciência social apoia a ligação entre sacrifício e felicidade. Em seguida, exploraremos como isso se alinha aos ensinamentos católicos.
Ciência e a Alegria do Sacrifício
Uma das frustrações da vida é o prazer cada vez menor que experimentamos com as coisas que desfrutamos constantemente. Pense na sua música favorita. Depois de várias audições, sua magia desaparece. Bem, a ciência oferece uma solução: o sacrifício. Em um estudo, os pesquisadores dividiram os participantes em três grupos. Um grupo podia comer o quanto quisesse chocolate, outro podia escolher qualquer guloseima, e o terceiro se absteve completamente do chocolate. Sem surpresa, no final, quem se absteve do chocolate foi quem o apreciou mais. A ausência realmente faz o coração ficar mais apaixonado, mesmo pelos doces!
Esse princípio se aplica a mais do que apenas guloseimas açucaradas. Outro estudo descobriu que interromper brevemente alguém que estava curtindo música ou uma massagem na verdade aumentava sua apreciação. O lembrete da natureza passageira desses prazeres os impedia de se tornarem insensíveis. Resumindo, sacrificar um prazer por um tempo pode torná-lo mais agradável quando você voltar a ele.
Construindo Autodomínio Através do Sacrifício
Outro benefício do sacrifício é o auto-domínio, ou “auto-eficácia” como os cientistas sociais o chamam. Pense nisso como uma espécie de exercício mental que fortalece a sua força de vontade. Filósofos estoicos enfatizavam esse conceito, defendendo pequenos atos de auto negação para construir resiliência. O ressurgimento do estoicismo reflete um desejo contemporâneo de felicidade construída sobre a base do autocontrole. Eu explico para meus alunos que a auto negação tira nossos desejos das partes reativas do cérebro e os coloca sob o controle do córtex pré-frontal, a sede da força de vontade. Décadas de pesquisa confirmam isso – a auto-eficácia é um forte preditor de bem-estar em muitas áreas da vida.
Esses pontos ressoam com todos, independentemente da filiação religiosa. O sacrifício é um princípio fundamental para o florescimento humano, permitindo-nos perseguir objetivos de longo prazo, apesar do desconforto de curto prazo. A maioria de nós entende isso intuitivamente, mesmo que nem sempre vivamos de acordo.
O Toque Católico: Sacrifício com uma Dimensão Sobrenatural
Agora, vamos dar um passo adiante e aplicar esse conceito em nossas vidas como católicos. Nossa busca por auto-domínio por meio do sacrifício precisa ir além de uma lista de hacks de vida seculares. Precisa de uma dimensão espiritual. Então, vamos explorar três maneiras práticas de conectar a fé com a ciência e encontrar felicidade através do sacrifício. Fique ligado para a próxima parte dessa reflexão, onde vamos nos aprofundar nesses itens de ação!
Fonte: Arthur Brooks. The Art of Happiness: Three Equations for Happier Catholics. Word On Fire Institute.