Irmãos em Cristo, todos nós sabemos que o sacrifício faz parte da vida. Está entrelaçado na essência da nossa fé e dos nossos casamentos. Mas você já considerou que esses sacrifícios, além de simplesmente fazer a coisa certa, podem realmente levar a uma maior felicidade em sua própria vida? Vamos explorar esse conceito juntos, focando na importância da motivação correta por trás de nossos sacrifícios.
Regra nº 1: Sacrifício pelo Motivo Certo – Amor
O sacrifício pode aumentar a nossa satisfação com a vida, mas se torna verdadeiramente nobre e santo quando alimentado pelo amor. O ato de abrir mão de algo nos leva para além do egoísmo e dos desejos passageiros. No entanto, se nosso foco único for a auto-melhoria, pode beirar a vaidade. Trocar a gratificação a curto prazo pela auto-absorção a longo prazo não é crescimento verdadeiro.
São Tomás de Aquino, em sua Suma Teológica, aponta o “amor desordenado de si mesmo” como a raiz de todo pecado. Isso inclui apegar-se fortemente aos prazeres temporais. Nossos sacrifícios não devem simplesmente trocar um apego prejudicial (sorvete, por exemplo) por outro (aparência física ou a autossatisfação do controle).
O Papa Bento XVI ecoou esse sentimento em uma mensagem de Quaresma. Ele enfatizou que o jejum e o sacrifício devem ser “uma arma espiritual para lutar contra todo possível apego desordenado a nós mesmos”. Vamos nos apegar a esse propósito.
De acordo com a DecisionData, os principais sacrifícios para a Quaresma de 2019 foram: redes sociais (21%), álcool (18%), doces (13%) e bebidas (11%). Essas podem ser excelentes escolhas e, se levarem a um estilo de vida mais saudável, ainda melhor. Mas devemos lembrar que a auto melhoria pura é distinta e, em última análise, menos gratificante do que fazer sacrifícios amorosos puramente por amor a Deus.
O Papa Bento XVI abordou isso diretamente. Ele advertiu que o jejum parece ter perdido parte de seu significado espiritual, tornando-se mais voltado para o bem-estar físico. Embora os benefícios físicos sejam inegáveis, para os crentes, o jejum deve ser principalmente “uma terapia” para curar o que nos impede de seguir a vontade de Deus.
O medo, o oposto do amor, é outra motivação para o sacrifício que devemos resistir. Estudos que examinaram sacrifícios feitos em relacionamentos românticos descobriram que aqueles motivados por “motivos de aproximação” (resultados positivos) levavam à felicidade. Por outro lado, os sacrifícios feitos com “motivos de evitação” (prevenção da negatividade) promoviam a infelicidade.
Pense nisso: Lavar a louça para surpreender seu cônjuge? Impulsionador de felicidade. Lavar a louça para evitar uma discussão? Receita para o ressentimento. Isso reflete nossos ensinamentos católicos sobre a contrição imperfeita (tristeza por medo do inferno) versus a contrição perfeita (odiar o pecado para agradar a Deus). A pesquisa se alinha perfeitamente com a ideia de se sacrificar por amor, não por medo ou orgulho.
E os dados confirmam isso. Pessoas que se engajam em comportamento altruísta simplesmente para ajudar os outros tendem a ser mais felizes do que aquelas motivadas pelo auto benefício.
Conclusão
A auto melhoria tem seu lugar, mas garanta que seus sacrifícios sejam principalmente janelas para o exterior – em direção a Deus e aos entes queridos – em vez de meros espelhos para a auto contemplação. Fiquem ligados para a próxima parte dessa reflexão, onde exploraremos maneiras práticas de infundir amor em seus sacrifícios diários!
Fonte: Arthur Brooks. The Art of Happiness: Three Equations for Happier Catholics. Word On Fire Institute.
A vida em si, para que corresponda, em plena consonância aos desígnios de nosso criador, Deus Pai e nosso redentor, Jesus Cristo, deve ser um ato constante de sacrifícios oferecidos por nós, no nosso dia a dia, a Deus pai, como pequenos gestos de amor e gratidão ao nosso redentor, Jesus Cristo, como prova de nosso reconhecimento a miséria em que nos colocamos ao negarmos diariamente o Amor do Pai no sacrifício oferecido a nós por seu filho Jesus Cristo.
Concordo, quando você fala que: “ A auto melhoria tem seu lugar, mas garanta que seus sacrifícios sejam principalmente janelas para o exterior – em direção a Deus e aos entes queridos – em vez de meros espelhos para a autocontemplação”
Na verdade, devemos oferecer todos nossos ínfimos e imperfeitos sacrifícios de nossas vidas ao infinito, decisivo e perfeito sacrifício de Jesus oferecido ao seu Pai em resgate de nossas vidas. Um copo que eu lavo, uma esmola que oferto, tudo só terá sentido se oferecido por amor a Jesus.
Rodrigo, esse assunto, dá pano pra manga.
Boa noite! Paz e bem!